domingo, 6 de dezembro de 2009

Texto Reflexivo: A caminho de casa para a escola

Uma vez ou outra somos pegos pensando na vida. Filosofando seria o termo mais correto, sejamos mais simplistas – pensamos, refletimos, questionamos a respeito de nossa estada aqui – nossa vida pessoal e profissional.
Num desses momentos – a caminho de casa para a escola -, comecei a me perguntar, tal como criança, alguns porquês. Por que a escola, a pública, principalmente, é sentida como algo desinteressante para o aluno? Por que nossos alunos não têm o hábito da leitura? Por que os resultados do Spaece, Saeb, Enem atestam uma ineficiência da leitura e compreensão textual e parcos conhecimentos de matemática por parte de nossos alunos? Consequentemente, confirmam que o ensino, a educação brasileira, de modo geral, é péssimo, como disse Cláudio de Moura Castro – articulista de Veja.
Segundo esse articulista, cada sociedade tem a educação que quer e, neste momento, é preciso que toda a sociedade esteja indignada contra a educação que aí está – confirmada através dos dados dos citados exames. Diz ele, ‘precisamos de uma crise’ para então buscar melhorar essa educação. O autor se justifica da seguinte forma, afirma que é preciso que o professor entenda que a primeira missão da escola é ensinar a ler, a entender o que foi lido, a escrever e usar números para lidar com problemas do mundo real. Ele só não nos diz como motivar esse aluno, como trabalhar sua auto-estima, como responsabilizar, também, a família e fazer com que ela se alie à escola nessa busca de melhoria para a educação brasileira.
Concordo com as idéias de Moura, a função da escola é, de fato, ensinar. Creio, também, que é preciso que a escola tenha compreensão de sua função social e humana, aguçando, assim, no aluno o entendimento de que a escola é um espaço socialmente contextualizado que deve prepará-lo para o mundo do trabalho, a prática social e o exercício da cidadania.
Por fim, tentemos ser um educador que acredita na transformação e emancipação do sujeito e que busca a melhoria dessa educação – que o aluno veja a escola como algo interessante, que contribua para a construção de seu conhecimento, um conhecimento que lhe faculte ter liberdade de escolha e possibilidade de crescimento pessoal, tornando-o um sujeito partícipe da sociedade que o circunda.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

SUGESTÃO DE ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR : Plano de Aula

Tema : Literatura de Cordel

Competência / Habilidade

• Ler, interpretar e reconhecer diferentes gêneros textuais, associando-os às seqüências discursivas básicas.

• Atentar para os diferentes gêneros textuais e suas finalidades, para compreender as funções sociais da escrita em situações reais de comunicação.


Conteúdo
• Leitura de texto da literatura de cordel.

• Leitura de textos produzidos por outros autores e atividade de produção escrita pelo aluno.

Metodologia

• Conversando sobre cordel.
• Conhecendo Seu Lunga – figura hilária que reside em Juazeiro do Norte e ficou nacionalmente conhecido por suas respostas inteligentes, mas ditas de forma bastante ignorante.
• Leitura do cordel: “Seu Lunga, O rei do mau humor” de Rouxinol do Rinaré.
• Interpretando o texto.
• Discussão sobre convivência em sociedade.
• Produção textual.

Avaliação

• Observação do desempenho do aluno, tanto no que diz respeito à dimensão cognitiva, quanto às dimensões afetiva e psicomotora.
• Observação do desempenho do aluno, relacionada a atividade oral – leitura do cordel e atividade de escrita – produção textual.




Reflexão


A literatura de cordel é uma tradição ibérica dos romanceiros, das histórias de Carlos Magno e dos Doze Pares de França e outros grandes livros populares. Originou-se também de contos maravilhosos de ”varinha de condão”, de bichos falantes, de bois – sobretudo na região nordestina onde se desenvolveu o “ciclo do gado”, e ainda das histórias do folclore universal e africano.
Os cordelistas precederam os jornalistas por este sertão afora. Esse gênero literário antecedeu o jornal, o rádio e a televisão. Os cantadores ambulantes reproduziam histórias e improvisos transmitindo notícias em vários lugares. Os cordéis eram lidos nas noites de lua clara nos engenhos do Nordeste do Brasil.
Os temas abordados nos cordéis são inúmeros e variados, pode ser uma história de amor, de política, acontecimentos importantes, narrar feitos de heróis, de cangaço, cômicos ou eróticos. Esses desafios são escritos em versos populares, geralmente de sete sílabas. A literatura de cordel é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes, nas feiras, praças ou bancas de jornal. É respeitada no mundo inteiro. No Nordeste brasileiro, ela está cada vez mais viva, vasta e criativa, uma vez que o nordestino é um obstinado e essa literatura tem o seu espaço apesar dos obstáculos que enfrenta.
É viável trabalhar a literatura de cordel em sala de aula. Isso faz sair do automatismo dos livros didáticos acríticos, repletos de conteúdos impostos, alheios às culturas regionais e adotados sem critérios didático-pedagógicos. No cordel, universalizam-se as informações, abrangendo múltiplos temas repletos de grandiosidade expressiva. Através dele, o aluno tem contato com a rima, a métrica e o ritmo poético, conhecendo uma história camuflada pelos livros didáticos tradicionais. Além disso, desenvolve o senso crítico, facilita a leitura e a compreensão de textos, desperta a criatividade poética, sendo um recurso pedagógico muito eficaz.
A literatura de cordel é interdisciplinar: integra a música, a poesia e as artes plásticas. Urge criticar os livros didáticos que ainda sufocam nossa cultura. Abolir esse material, se utilizado como único instrumento pedagógico, de péssima qualidade educacional e implantar o cordel que é repleto de originalidade e riqueza de linguagem. Estudar cordel aperfeiçoa a escrita e permite refletir sobre a diferença entre as línguas falada e escrita. Aproxima os estudantes da cultura popular e amplia o prazer da leitura. Enfim, explorar a literatura de cordel em nossas salas permite que redescubramos nossos valores, mitos, origens, crendices e valorizemos mais nossa cultura.



Bibliografia

Diário do Nordeste - Regional – Fortaleza, Ceará, 10 de agosto de 2003.

Nova Escola. ABRIL Ano XXI – Nº 198 - Dezembro de 2006.

Referenciais Curriculares Básicos – Ensino Médio. Fortaleza, 2000.

SILVA, Maria Eglantina Barata da Fortaleza. Metodologia do Ensino da Literatura em Língua Portuguesa II. FGF, 2007.



Webliografia

www.rinare.hpg.ig.com.br/seulunga.html


http://209.85.165.104/search?q=cache:jwhx2mm7HbMJ:www.overmundo.com.br/download_banco/lyra-popular-o-cordel-de-juazeiro-livro-de-gilmar-de-carvalho+seu+lunga+o+rei+do+mau+humor&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=10&gl=br

Seu Lunga - O Rei do Mau-humor


Folheto onde Rouxinol do Rinaré narra o mau-humor ilariante do homem mais zangado do mundo! Seu Lunga, personagem real de Juazeiro do "Padim Ciço", tornou-se um folclore vivo; sendo entrevistado até pelo Fantástico, da Rede Globo de Televisão. O Folheto tornou-se campeão de vendas de todos os editados pela Tupynanquim Editora. Leia alguns trechos a seguir:


Preste o leitor atenção
Tudo que narro é passado
Escrevo sobre Seu Lunga
Depois de ter pesquisado
Perguntas lhe causa arenga
Fica "fumando numa quenga"
Pense num velho afobado!

Em Juazeiro, Ceará
Conhecido em todo Estado
Vive o velho Seu Lunga
Já é folclórico e afamado
Sendo porém bem real
Já tem fama nacional
De rude e mal-humorado.

Um prato de sopa quente
Seu Lunga estava comendo
Um amigo lhe pergunta:
- O que você tá fazendo?
Responde: - Estou me banhando
No próprio corpo virando
Aquela sopa fervendo.

Um limão Seu Lunga corta
Pergunta um menino então:
- O que é isso Seu Lunga
Que o senhor tem na mão?
Diz como louco em delírio:
- Menino, isto é colírio!
No olho espreme o limão.

Com um balde cheio de leite
Seu Lunga vem da fazenda
Um amigo lhe pergunta:
- Esse leite é para venda?
Responde e faz presepada:
- É pra lavar a calçada,
E derrama a encomenda!

Seu Lunga sobre o telhado
Alguém diz: - Tá retelhando?
Ele responde invocado:
- Não, eu estou é quebrando!
Usa com força o martelo
Transforma tudo em farelo
As telhas esbagaçando

O Seu Lunga no balcão
Nunca foi nem é cortês
Bruto com os seus clientes
Imaginem pois vocês
O que Seu Lunga falou
Quando um freguês lá chegou
E perguntou certa vez:

- O Seu Lunga tem veneno?
(A ira do velho dobra)
- Aqui nunca falta nada
Eu tudo tenho de sobra
Para atender me empenho
Porém, veneno não tenho.
Pois quem tem veneno é cobra!

- Ora, é remédio pra rato
O que eu estou querendo!
O velho Lunga pergunta-lhe
Agora se enfurecendo:
- O que o rato está sentindo?
O freguês dali saindo
De raiva vai se mordendo.

Assim é o velho Lunga
Com quem faz pergunta à toa
Sua tolerância é pouca
Facilmente se magoa
Fica igual bicho enjaulado
Seu Lunga contrariado
O tempo fecha e trovoa.
Por Rosalva Girão

Como trabalhar os temas transversais e a interdisciplinaridade?

É função da escola propiciar uma prática educacional que objetive a formação do indivíduo, pertencente a uma sociedade complexa – globalista, pluralista, mas também individualista – a que chamamos sociedade do conhecimento. Os temas transversais – indicados nos Parâmetros Curriculares Nacionais – pautados em uma educação comprometida com a cidadania - Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo - , tratam de questões que buscam a compreensão e a crítica da realidade e a transformação da mesma. É preciso, portanto, incluí-los no ensino dos conteúdos das áreas de conhecimento escolar. Isso significa alargar o currículo, torná-lo mais flexível e aberto.
A descentralização do currículo, dando uma certa autonomia à escola, é discutível. Temos gestores capacitados e interessados em mudar o processo? A autonomia escolar é uma faca de dois gumes, quando existe vontade de fazer e competência, leva ao caminho do sucesso; no entanto, sabemos que quando não se é cobrado, não há muito interesse em mudar.
A proposta do currículo integrado é muito atraente, uma vez que contempla uma nova metodologia de ensino, totalmente diferente do que tem sido feito até agora. O estudo em "rede", explorando "idéias-chave", muda o conceito de currículo compartimentado, dando uma nova visão, mais abrangente, sobre os temas estudados.
Podemos sugerir como trabalhar atividades diversificadas através de um planejamento de uma unidade de estudo, que privilegia a educação plural. "O professor no momento de organização do ensino por unidades de estudo, unificados por um tema integrado, contempla a sensibilização para a resolução de problemas sociais cuja compreensão envolve o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao tipo de planejamento de currículo.”
Através dos PCNs, é proposto o ensino de forma interdisciplinar e contextualizada. O currículo integrado através de unidades de estudo contempla de forma positiva a questão da interdisciplinaridade, que é simplesmente ter uma visão global de cada disciplina. Infelizmente, não costumamos trabalhar de forma contextualizada em nossas escolas. Veja por exemplo, a disciplina geografia: Temos todos os elementos, em cada uma de nossas cidades para trabalhar, mas não o fazemos: clima, relevo, taxas de natalidade/mortalidade, rios, desenvolvimento urbano/rural, produção agrícola/pecuária, etc...., mas não levamos isso para a sala de aula.
Cabe à escola buscar mobilizar os docentes no sentido de organizar os conteúdos em torno das temáticas escolhidas, dentro de uma concepção interdisciplinar. Buscar, pois, trabalhar sobre o que veiculam jornais, revistas, livros, fotos, charges, propagandas ou programas de TV é uma forma de discutir valores e papéis sociais. Por exemplo, veiculada por Veja – 29 de março de 2006 – O “Pallocigate” e a Morte da Ética é excelente reportagem para discussão do que é ética e quais valores são ainda estimados pela sociedade hoje – seguida de 40 questões do dia-a-dia sobre o que é certo ou errado. Vale a pena conferir junto aos alunos.
Outro item por demais importante, que vem sendo pouco trabalhado, é a transversalidade, tão necessário nos dias de hoje. Achamos que poderiam ser desenvolvidos projetos, nas áreas de educação, saúde, trabalho, sexualidade, abordando os inúmeros sub-temas dessas áreas.
Resta, finalmente, falarmos um pouco sobre esquemas mentais. Nós, professores, sabemos que a leitura é o fundamento principal da educação. Através dela abrimos espaços em nossas mentes para vermos além do visível, para aprendermos a transcendência das coisas, para adquirirmos sensibilidade. É por aí que se constrói a autonomia e a emancipação. Assim, poderíamos pensar num currículo que privilegiasse não apenas a técnica e a lógica, mas também, a inteligência, o raciocínio, a cultura e a sensibilidade.

Por Rosalva Girão

O QUE A ESCOLA NÃO ENSINA

NA ESCOLA APRENDE-SE MUITO. A LEITURA É MUITO IMPORTANTE AS RELAÇÕES MATEMÁTICAS SÃO MUITO IMPORTANTES. MAS É NECESSÁRIO QUE A ESCOLA ENSINE MUITO MAIS.

CLIQUE NO LINK ABAIXO E VEJA A APRESENTAÇÃO, PERCEBA O QUANTO É IMPORTANTE O ENSINAR PARA A VIDA.
O QUE A ESCOLA NÃO ENSINA

sábado, 28 de novembro de 2009

Educare

Educare - do latim, que significa na nossa língua portuguesa "educação". Educar quer dizer guiar, conduzir. O papel do educador, hoje, é imprescindível na formação do homem moderno. Nesta sociedade dita tecnológica o homem se encontra em total solidão, perdido de seus valores, distante de sua família, afastado de seu Deus. Que poder tenho eu - educador - diante de tantas contradições?
Reportemo-nos ao significado. O educador é aquele que guia, conduz, forma, educa. Eduquemos, portanto, nossos jovens para o enfrentamento da vida.
Sejamos educadores portadores de esperança!